18 de janeiro de 2015

[CRÍTICA] Whiplash: Em Busca da Perfeição



 "J.K. Simmons interpreta o tipo de professor que você deveria manter distância."





Andrew (Miles Teller) é um jovem baterista e estudante da universidade de música Shaffer, que é considerada uma da melhores do país. Sonhador, ele almeja ter aulas com o professor Fletcher (J.K. Simmons) que também é maestro da orquestra principal da universidade. Ensaios vão e ensaios vêm, até que Fletcher Andrew tocando bateria e por fim decide chama-lo para entrar na sua turma como baterista secundário. No primeiro dia de aula na nova turma, Andrew percebe que assim como foi difícil para entrar, vai ser mais ainda continuar nela. Dar o melhor de si é o que ele terá que fazer, mas talvez isso não seja o bastante para conseguir a aprovação de Fletcher, pois o professor está em busca de... Perfeição.




Com direção e roteiro de Damien Chazelle, Whiplash é um drama musical excelente e digno de todas as indicações e prêmios recebidos.  Ao som de muito jazz o filme te faz sentir toda a pressão que o baterista leva do professor, te fazendo pensar se no lugar dele você aguentaria tudo aquilo ou simplesmente desistiria. Chazelle acertou na escolha do elenco, Teller e Simmons funcionam muito bem juntos, fazendo com que as atuações sejam o ponto alto do filme.




Miles Teller é um ator em ascensão, recentemente atuou em comédias como Finalmente 18 e Namoro ou Liberdade, também podemos vê-lo na nova saga Divergente e no ainda não lançado reboot do Quarteto Fantástico, mas sem dúvidas é em Whiplash que ele mostra serviço. Interpretar Andrew, um personagem que deseja mais do que tudo ser reconhecido pelo que faz e ainda por cima ser o melhor, conseguir a aprovação de um professor extremamente exigente, ir além do seu limite, se sujeitar a humilhação, chegar a situações em que para muitos é um absurdo, faz com que Teller seja lembrado por essa atuação, com certeza muito mais portas se abriram por esse trabalho, e sim ele merece estas oportunidades, pois se saiu bem, mas é ofuscado quando comparado com a atuação de J.K. Simmons.


Finalmente chegando à “cereja do bolo”, J.K. Simmons, o eterno J.J. Jameson, chefe de Peter Parker na trilogia do Homem-Aranha. O ator deu um show de atuação e facilmente vai entrar na lista de piores professores de filmes, não me admiraria se ficasse no topo. Temido pelos alunos, do tipo que quando chega à sala todo mundo abaixa a cabeça, totalmente perfeccionista, abusivo, arrogante e praticamente um ditador. A lista de adjetivos ruins poderia se estender mais sem problema algum, mas infelizmente é assim que o personagem de Simmons é, e ele soube fazer isso muito bem, oprimindo, humilhando e até agredindo fisicamente e verbalmente seus alunos, tudo isso para que eles deem o seu melhor na música, aliás, seu objetivo é que os estudantes ultrapassem seus próprios limites. Enganados aqueles que pensam que o professor não se acha tão ruim assim, pois bem, Fletcher sabe muito bem como ele é, mas justifica seus meios dizendo que é só assim, que seus alunos serão os melhores. A atuação de Simmons é impecável, tanto que lhe rendeu várias indicações de melhor ator coadjuvante, das quais venceu várias, incluindo o Globo de Ouro, agora é ficar na torcida pra que ganhe o Oscar também.


Ainda estão no elenco Melissa Benoist que interpreta Nicole (namorada de Andrew), Paul Reiser (pai do Andrew), Austin Stowell (baterista e colega do Andrew), Nate Lang (baterista e colega do Andrew), Max Kasch e Damon Gupton. Para finalizar só resta dizer que Whiplash é um filme que merece ser visto não só pelas atuações ou por todos os prêmios e indicações que recebeu, mas também pelo enredo da história muito bem escrita pelo então roteirista e diretor Chazelle, que no final nos leva a refletir se existem maneiras mais simples de chegar ao sucesso eminente ou temos mesmo que nos submeter a tais métodos e ultrapassar os limites em busca da perfeição.

  
Assista o trailer:


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