22 de setembro de 2013

Crítica | Brooklyn Nine-Nine, S01E01

Todo ano vem aquela série. Aquela série que todo mundo sabe que vai ser cancelada, mas que é boa. A Community ora com ora sem sorte. O jeito certo de terminar este parágrafo seria dizer que Brooklyn Nine-Nine vai ser “aquela série” deste ano, mas tenho receio de admitir isso. Talvez porque a série é boa e
diferente, ou talvez porque é da Fox.
O problema da Fox é que o canal tem uma história que ensinou os executivos que singularidade não lucra e não proporciona patrocinador. Por exemplo, os programas de mais sucesso do canal são American Idol e The X Factor, que seguem uma fórmula altamente genérica e repetida e que criam grandes expectativas para qualquer programação.
Brooklyn Nine-Nine conta a história do 99º Departamento de Polícia de Nova Iorque, que acabara de ganhar um novo comandante, Ray Holt (Andre Braugher de Last Resort), policial de prestígio que é o primeiro homossexual aberto no comando de sua própria seção – o fato de Holt ser gay não influencia a série, apesar de gerar uma das melhores cenas, somente influencia a crítica: um policial abertamente gay não é comum na TV muito menos fora dela, o que ajuda na construção de meu argumento de que a série é incomum. Holt não quer “estragar tudo” e está decidido a fazer do 99ª, o melhor departamento, mas tem o Det. Peralta (Andy Samberg de SNL), um ótimo investigador que não conseguiu crescer como único obstáculo.
O piloto em especial, mostra o personagem de Samberg, enquanto ele tenta se manter ganhando numa aposta com a Det. Santiago (Melissa Fumero) sobre quem faz mais prisões, tenta entender porque seu novo chefe insiste a presença de gravata no uniforme e procura um homem que matou o dono de uma presunto ibérico muito caro.
É mais um programa no estilo Modern Family: aparência de documentário, câmera única, que passeia pelo cenário com os personagens. Mas é bom que seja nesse estilo, afinal, é uma série policial, o que intui uma paródia a Law & Order. É um outro ponto positivo da série: sabe mesclar a comédia leve de piadas no estilo cutaway gag com os elementos policiais, não favorecendo nenhum dos elementos.
Já o elenco, que com a exceção de Samberg, que tem química com toda a equipe, não tem grande atenção, com todos exercendo os papéis necessários para que o piloto seja entendível para as massas sem a profundidade dos personagens que a série pode um dia alcançar.
O piloto pode se desenvolver numa ótima série, embora necessite de uma atuação mais realista e menos caricata de Samberg e algumas piadas mais relembráveis, afinal, essa série tem tudo para ser uma daquelas de qual você decora as falas e só consegue esquecer quando uma piada melhor aparece.

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