Tem uma beleza na Marvel, e não é a paleta de cores alegres,
não é a interligação entre os filmes, não é a
tonificação perfeita ou a linha
tênue entre “filme para fã” e “filme para o público” que sempre é alcançada. É o
realismo equilibrado, que encaixa nos elementos absurdos. Isso vem em forma
organizacional, a “S.H.I.E.L.D.”.
Na teoria, uma série focando na empresa é o perfeito modo de
testar personagens, divulgar os filmes e principalmente: ganhar mais dinheiro
para a Marvel. Na prática, para uma série do naipe projetado para “Agents of
S.H.I.E.L.D.” funcionar, é preciso alargar a mitologia, adicionar elementos e
criar personagens consistentes para caber na história, deixando espaço para
mais expansão. Continuando na parte teórica, Joss Whedon não pode ser mais
perfeito para o trabalho: ele é um diretor de cinema celebrado que prefere a
TV, é o supervisor geral da Marvel e o produtos de séries boas o suficiente
para contar com uma boa integridade.
Vamos ao que importa: Agents of S.H.I.E.L.D. segue Agente
Coulson (Clark Gregg, morto em “Os Vingadores”) depois de voltar de férias
recuperativas do Taiti após morrer por 8 segundos. Seguindo a Batalha de Nova
Iorque, a Seção 7 é designada a Coulson, para que ele possa caçar e conter
ameaças possuidoras de superpoderes e habilidades especiais não documentadas.
Ele “contrata” o agente Grant Ward (Brett Dalton), agente Melinda May (Ming-Na
Wen), agente Fitz (Iain De Caestecker) e Simmons (Henstridge).
O piloto põem a Seção 7 contra Skye (Chloe Bennet), uma hacker
obcecada por super-heróis que vê em Mike (J. August Richards) um potencial herói,
mas ele se revela uma ameaça.
Todos os elementos em que Whedon tenta inovar acaba
resultando em conceitos ultrapassados, absurdos e só adiciona mais clichê ao
festival, que ao contrário de fazer algo a favor da história, como em Os Vingadores,
só denigre um programa que tem uma premissa genérica usada em pelo menos duas
das cinco séries de sucesso dos últimos anos – pessoas de terno com uma
tecnologia muito avançada lutam contra ameaças aparentemente sobrenaturais.
Já o elenco constrói a ilusão de uma série boa, com o humor
adequado para um equilíbrio bom o suficiente – talvez com a exceção de Coulson,
afinal ser um pouco sério não mate a ninguém.
Como a maioria das séries, há o potencial para melhoras,
renovação e com trabalho árduo, a perfeição. A série merece ser acompanhada e a
premissa é, apesar de tudo, boa e interessante com um grande potencial para
expansão.
Estaria Joss Whedon perdendo a mão para equilíbrio e a
genialidade ou foi só isso mesmo?
Amanhã (26/09) na Sony, às 21h.
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