23 de janeiro de 2015

[CRÍTICA: O Jogo da Imitação] Uma biografia cinematográfica com cara de ficção



O Jogo da Imitação, ainda inédito no Brasil (estreia 5 de fevereiro), traz a cinebiografia de Alan Turing, um gênio matemático, que com seus conhecimentos, cria uma máquina que ajudou a mudar os rumos da guerra, enquanto luta por reconhecimento e tenta esconder sua homossexualidade, um crime na época.

Como usual, vou começar dizendo minhas expectativas para o filme ao ler a sinopse. Eu esperava um filme em que o homossexualismo fosse o foco, mostrando como era a vida de um gay na época em que isso era um crime e seus dilemas.


Mas não. Em O Jogo, a homossexualidade não é o foco. Ela é tratada como um assunto secundário na trama, embora seja a raiz da maioria dos problemas, e motivo para as principais ações de Cumberbatch, que interpretou majestosamente Turing, com todo seu ego e dificuldade em se relacionar com outras pessoas, um Sheldon Cooper da época!

O ritmo do filme é bom, não sobrecarregando a trama principal através de subtramas, como flashbacks do passado de Turing. Um drama de guerra, que se diferencia de muitos outros por essas subtramas e pitadas de humor.

Elenco ótimo, que se encaixou em perfeita sintonia, uma única ressalva é que em certos momentos, principalmente durante a construção da máquina (assistam e saberão) há um excesso de secundarismo, ou seja, os personagens começam a ficar fora de foco, sumidos da trama, dando uma ideia de que não tivessem valor ou necessidade na história.


O Jogo da Imitação conseguiu minha admiração. Criou uma conexão ótima entre temas pessoais da vida de Turing, interpretado perfeitamente por Cumberbatch, e temas históricos, se tornando um drama bom de se assistir, dando lições a respeito da verdadeira face da Segunda Guerra Mundial e de como homossexuais eram tratados a poucas décadas atrás, expondo nas telonas do que o ser humano é capaz, sem contar a amostra de machismo vivido pela atriz Keira Knightley, que cumpre seu papel, sem chamar muita atenção, transparecendo verdade e incorporando na pele sua personagem. Eu recomendo!

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