O Jogo da Imitação, ainda inédito no Brasil (estreia 5 de fevereiro), traz a cinebiografia de Alan Turing, um gênio matemático, que com seus conhecimentos, cria uma máquina que ajudou a mudar os rumos da guerra, enquanto luta por reconhecimento e tenta esconder sua homossexualidade, um crime na época.
Como usual, vou começar dizendo minhas expectativas para o filme ao ler a sinopse. Eu esperava um filme em que o homossexualismo fosse o foco, mostrando como era a vida de um gay na época em que isso era um crime e seus dilemas.Mas não. Em O Jogo, a homossexualidade não é o foco. Ela é tratada como um assunto secundário na trama, embora seja a raiz da maioria dos problemas, e motivo para as principais ações de Cumberbatch, que interpretou majestosamente Turing, com todo seu ego e dificuldade em se relacionar com outras pessoas, um Sheldon Cooper da época!
O ritmo do filme é bom, não sobrecarregando a trama principal através de subtramas, como flashbacks do passado de Turing. Um drama de guerra, que se diferencia de muitos outros por essas subtramas e pitadas de humor.
Elenco ótimo, que se encaixou em perfeita sintonia, uma única ressalva é que em certos momentos, principalmente durante a construção da máquina (assistam e saberão) há um excesso de secundarismo, ou seja, os personagens começam a ficar fora de foco, sumidos da trama, dando uma ideia de que não tivessem valor ou necessidade na história.O Jogo da Imitação conseguiu minha admiração. Criou uma conexão ótima entre temas pessoais da vida de Turing, interpretado perfeitamente por Cumberbatch, e temas históricos, se tornando um drama bom de se assistir, dando lições a respeito da verdadeira face da Segunda Guerra Mundial e de como homossexuais eram tratados a poucas décadas atrás, expondo nas telonas do que o ser humano é capaz, sem contar a amostra de machismo vivido pela atriz Keira Knightley, que cumpre seu papel, sem chamar muita atenção, transparecendo verdade e incorporando na pele sua personagem. Eu recomendo!

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